Análise do "Monitor Global de Empreendedorismo" (GEM) (instituição internacional que avalia o papel do empreendedorismo como principal propulsor do crescimento econômico, mediante coletas de dados em mais de 60 países), demonstra que as economias internacionais estão divididas em três tipos: as movidas por "Fatores"; as movidas pela "Eficiência"; e, aquelas que são desenvolvidas e movidas pela "Inovação".
Lima et al, 2016, p. 19 |
Idealizado pelo “Fórum Econômico Mundial”, esta classificação, segundo análise dos pesquisadores brasileiros do GEM (LIMA et al, 2016), utiliza indicadores sobre o tamanho do PIB, renda per capita e quota de exportação de produtos primários, que, combinados entre si por meio de método construído pela Instituição, dividiu os países entre aqueles com economias impulsionadas por Fatores (economia marcada por produtos de baixo valor agregado como a agricultura de subsistência e mineração para exportação de recursos naturais), Eficiência (economia caracterizada pelo avanço da industrialização e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital, mas com insuficiente competitividade no mercado internacional devido a falta de inovações) e, pela Inovação (economias caracterizadas por empreendimentos intensivos desenvolvidos por Pesquisa & Desenvolvimento, integrado à capacidade industrial de reproduzi-los, além de uma expansão e modernização do setor de serviços e avanços inovadores em quase todos os setores da economia).
O Brasil nesse ranking, integra o grupo de países impulsionados pela Eficiência, devido ao seu alto grau de industrialização, porém, ainda insuficiente produtividade inovadora em campos como o da tecnologia de ponta de eletrônicos e de materiais. A Rússia, por outro lado, embora há décadas domine a tecnologia bélica e aeroespacial, apresenta uma economia sustentada pela comercialização de produtos primários como o Petróleo Cru (28%), além de outros minerais, como o Gás Natural, essencial para as indústrias europeias. Em contrapartida, a economia dos EUA, que produz a maioria das Inovações contemporâneas, é sustentada por produtos inovadores e com baixas e, na maioria das vezes, nenhuma concorrencia no mercado interno e externo. Conforme as Imagens a baixo, pode-se notar a diferença entre as economia da Rússia (Fatores), do Brasil (Eficiência), e dos EUA (Inovação).
Exportações da Rússia. Disponível em: <https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/rus/> |
Exportações do Brasil. Disponível em: <https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/bra/> |
Exportações dos EUA. Disponível em: <https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/usa/> |
Os resultados a cima representam a chave para se compreender o impacto das inovações na "Balança Comercial" dos países, pois, aquelas que exportam produtos inovadores, como os EUA, certamente obtem resultados positivos em seu comércio exterior, vendendo mais do que comprando. A economia Brasileira no entanto, apesar de possuir indústrias de ponta na maioria dos setores, estas são quase que exclusivamente reprodutoras de inovações de outras economias, tendo que enviar parte dos lucros para fora do país, tanto para cobrir os investimentos em sua instalação, quanto para pagar pelas "patentes" do individuo ou instituição estrangeira que o desenvolveu, o que pesa na Balança de Pagamento, pendendo-a para baixos lucros ou déficit.
Dessa forma, a busca por uma economia mais inovadora é a chave para a competição global entre as nações do mundo e, sendo assim, todos os esforços para que a economia brasileira seja movida mais por inovações do que por produtos primários (como a soja que representa 10% das exportações), são essenciais para a manutenção e aumento do poder econômico nacional.
O GEM e outras instituições que analisam o impacto do empreendedorismo e a Inovação na economia, destacam que um Sistema Econômico Nacional Empreendedor, oportuniza a sociedade boa geração de emprego e bem estar social, e, elementos como a "distribuição de renda", é mais intensa nos países que fazem parte do grupo de Economias de caráter "Inovador", tal como atestou Peter Drucker (2016).
Para esse economista austríaco, que analisou o período econômico-histórico dos EUA entre os anos de 1965 e 1985, a dinâmica econômica e produtiva do país transformou-se num sistema voltado para o empreendedorismo, deixando para trás as características rígidas do “modelo gerencial” que até então caracterizava o sistema econômico do país. Nessa época, o país e boa parte do mundo estavam atravessando uma crise econômica internacionais devido a "crise do petróleo" e, a economia estadunidense estava estagnada e em alguns períodos até mesmo em recessão. Segundo Drucker [...] o número de norte-americanos com mais de 16 anos (por conseguinte, contados à força de trabalho, conforme as convenções das estatísticas norte-americanas) cresceu ao redor de 40%, passando de 129 para 180 milhões. Mas o número de norte-americanos assalariados, empregados, cresceu, no mesmo período, 50%, ou seja, de 71 para 106 milhões. (DRUCKER, 2016, p. 1)
Drucker viu que essa nova dinâmica era o “motor” do sucesso econômico que o país acabou concretizando, capaz de criar 35 milhões de empregos no período de 20 anos, e, tudo isso graças ao deslocamento do foco dos estímulos aos grandes empreendimentos públicos e privados (que sustentaram a economia até então), para um sistema facilitador de conversão de uma “ideia brilhante” em uma atividade organizada.
Para esse economista austríaco, que analisou o período econômico-histórico dos EUA entre os anos de 1965 e 1985, a dinâmica econômica e produtiva do país transformou-se num sistema voltado para o empreendedorismo, deixando para trás as características rígidas do “modelo gerencial” que até então caracterizava o sistema econômico do país. Nessa época, o país e boa parte do mundo estavam atravessando uma crise econômica internacionais devido a "crise do petróleo" e, a economia estadunidense estava estagnada e em alguns períodos até mesmo em recessão. Segundo Drucker [...] o número de norte-americanos com mais de 16 anos (por conseguinte, contados à força de trabalho, conforme as convenções das estatísticas norte-americanas) cresceu ao redor de 40%, passando de 129 para 180 milhões. Mas o número de norte-americanos assalariados, empregados, cresceu, no mesmo período, 50%, ou seja, de 71 para 106 milhões. (DRUCKER, 2016, p. 1)
Drucker viu que essa nova dinâmica era o “motor” do sucesso econômico que o país acabou concretizando, capaz de criar 35 milhões de empregos no período de 20 anos, e, tudo isso graças ao deslocamento do foco dos estímulos aos grandes empreendimentos públicos e privados (que sustentaram a economia até então), para um sistema facilitador de conversão de uma “ideia brilhante” em uma atividade organizada.
REFERÊNCIAS:
DRUCKER, P. INOVAÇÃO E ESPÍRITO EMPREENDEDOR: prática e princípios. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
LIMA et al. Monitor Global de Empreendedorismo (Brasil), 2017: Disponível em: <https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20BRASIL_web.pdf>. Acesso em 19 de Dezembro de 2018.
Observatório de Complexidade Econômica: Disponível em: <https://atlas.media.mit.edu/pt/>. Acesso em 19 de Dezembro de 2018.
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